Alienada?

Ontem só reforcei minha não-vontade por assistir tele-jornais ou ler na íntegra jornais impressos.

Muito tempo que não assistia ao jornal local, resolvi ligar a TV e conferir as notícias... primeiro bloco, tudo bem. Inclusive com algumas notícias boas, que podem ajudar a comunidade. Beleza! Vamos pro segundo bloco: hélice se solta de avião e atinge homem que trabalhava no local (depois ainda vi na chamada de um outro jornal assim: Cena de terror no aeroporto da Pampulha!!! Quase escorre sangue da tela!). Outra chamada e meu desgosto aumenta: Menina de 2 anos morre carbonizada enquanto dormia porque mãe de 16 anos deixou vela acesa e saiu de casa. Me perguntei histérica: Porque essa mãe saiu de casa e deixou essa menina dormindo sozinha? Ah tá, acabou a luz, ela não conseguiu pagar a conta de luz do apartamento e por isso acendeu a vela. NÃO! Nada justifica a menina ter ficado lá sozinha! NADA!

Aí eu mudei de canal e fui ver o Jornal Visual da Rede Minas, porque só tem notícia interessante, nada que me faça querer cantar "Pare o mundo que eu quero descer". O pior é que depois fui mudando os canais e cada jornal dava a mesma notícia com mais detalhes e mais sensacionalismo... E a família da menina, a mãe dela? É claro que ela não está feliz com o acontecido. Cadê a privacidade das pessoas? Como minha irmã disse: alguns jornais vão mostrar o corpo da menina. Só falta isso!!!

Quer fazer jornalismo? Faça. Quer dar a notícia, dê! Quer ensinar alguma coisa, então mostre a moral da história, mas sem deixar o sangue escorrer da tela ou da página do jornal. Não só os jornais pequenos fazem isso, os grandes também. Aí, quando eu desliguei a televisão, não me culpei de ser alienada. Sou seletiva. Só isso!