Como se tornar um especialista - síndrome do impostor

Você acha que todo  mundo sabe mais do que você, que você estuda, estuda estuda e não sabe nada? Acha que nunca vai ser tão bom quanto aquele cara que você segue no Instagram? Se ancha um impostor? 


@creativegangsters
Tenho visto um foco muito grande em um termo que me rodeou a vida inteira "síndrome de impostor". Claro que eu não sabia que esse termo existia, não com esse nome e nem que isso acontecia com mais pessoas. Foi depois que saí da faculdade que me dei conta de que meu trabalho não valia de nada, de que eu não sabia nada e que se eu tentasse fazer algo além daquele mínimo que eu sabia, as pessoas iriam apontar o dedo pra mim e dizer: você não sabe nada. Eu me senti a vida inteira, insuficiente. 

Não me importava em tirar muito além da média. Passar de raspão nas matérias da escola, para mim era normal. Afinal, eu não era muito inteligente a ponto de saber tanto assim... Pelo menos eu não me martirizava ou sofria por ser uma aluna mediana. Assim foi também na faculdade. Eu sempre fui mediana. Me destacava em algumas matérias práticas, cheguei a tirar total em um trabalho onde desenvolvi o layout de um site, que por incrível que pareça, até eu gostei. Mas tanto eu quanto meus colegas atribuímos a minha nota máxima ao fato do professor ser meu fã (me entende?!). Seria sim um motivo, até porque só eu e mais um colega tiramos total nos nossos trabalhos,eu mulher e ele realmente muito foda em tudo o que ele fazia. Mas o professor não pode simplesmente ter avaliado meu trabalho por ele mesmo? Por realmente ser um projeto bonito, fácil de navegar e todos os outros critérios? 

Quando me tornei especialista. Será?

Aí eu me formei e nenhum produto que eu fazia era bonito o suficiente. Eu entregava mesmo assim. O cliente amava, tecia mil elogios e na minha cabeça eu só sabia enxergar os defeitos da peça. Até que eu conversei com um cara da minha área, uns 15 anos mais velho que eu e experiência transbordante. Falei com ele sobre essa minha insegurança e ele disse que isso era normal no início, que ele também achava o trabalho dele muito ruim mas que hoje ele simplesmente faz e tá ótimo. E,  com o tempo, a gente deixa de se importar com isso já que o cliente gostou e passamos a fazer tudo mais rápido, já que não existe a insegurança. Foi um alívio saber que iria passar.

Mas não passou. Até porque antes disso acontecer eu meio que mudei de área. Saí da mídia impressa para a digital, seguindo tendência e puxando pra onde eu teria mais trabalho para desenvolver. Acontece que isso parece ser mais comum entre as mulheres e tem a ver com a repressão feminina e, a sublimação dessa síndrome, veio com a liberação feminina. Com a explosão da exposição de imagem, criou-se a falsa impressão de que todos são especialistas, todos sabem muito sobre algo, todos estão seguros do que dizem e fazem, mas não! O que me diferencia de quem se expõe é a ousadia de simplesmente dar uma rasteira nesse medo de ser insuficiente. A porcentagem que age na pura segurança é muito pequena. A maior parte de quem se joga vai com medo mesmo, enfrenta o monstro, segura pelo chifre e vence. Ou não. Mas pelo menos faz.

Só tive essa clareza de pensamento justo por causa dessa grande exposição. Algumas mulheres, e rapazes também, resolveram expor sua fragilidade, expor que não sabem tudo e que também estão aprendendo e que compartilhando ajudam aos outros e a si mesmos. Palavra chave: compartilhar. <3 p="">

Quer saber como se tornar um especialista e deixar de ser um impostor?

  • Pega seu medo pelo chifre. A insegurança tá lá, montada nele.
  • Faça o que tem vontade mas acha que não sabe o suficiente. Vai estudando enquanto isso. Não para... ninguém sabe tudo que não tenha que aprender mais.
  • Crie uma rede de apoio, de troca de conhecimento e estímulos. Nem precisa ser todos do mesmo nicho.
  • Começa de pouquinho, com as ferramentas que já tem e usa com maior desenvoltura. Não há nada de errado em ficar um pouquinho onde é confortável.
  • Monta um plano, mas não perde muito tempo planejando demais. Aja por etapas.
  • Comemore a cada tombo desse bichão, não os seus. Os seus tombos você avalia. Pois é normal cair, o que não é normal é permanecer no chão. A gente aprende caindo também, não se esqueça.
Uma hora a gente vence e joga esse bicho pra bem longe.

E, ó... gente pra falar mal sempre vai ter. É muito fácil esconder a cara atrás de uma black mirror e detonar o outro. QUERO VER FAZER. Hayters muitas vezes são uma mistura de falta do que fazer (atoísmo) com inveja de que você conseguiu fazer o que eles gostariam de ter feito antes (no popular - recalque). 

Quer ser especialista em algo? Continue a nadar!


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