Sobre começar e largar livros


Sou do tipo que não gosta de largar o osso facilmente. Termino de ver filme ruim, só pra ter certeza que é ruim ou pra dizer que pelo menos o personagem tal é bom. Ler livro pra mim é a mesma coisa, se não me prende... eu largo. E não precisa ter pesar. Tem livro que é ruim mesmo ou simplesmente não foi escrito pra você. Pode ser também, que ele apenas não tenha caído na sua mão na hora certa. Pula pra outro livro e depois volta nele ou leia mais de um livro ao mesmo tempo (o que antes eu fazia muito e hoje não recomendo mais).

Estou abordando esse assunto porque peguei um livro pra ler agora no primeiro dia de fevereiro, de um autor que admiro muito como profissional e simplesmente parei de ler na introdução. É ruim? Não. Só é técnico demais para o momento. Chegamos a discutir algumas partes dele na faculdade (2004-2007), poderia ter lido enquanto estava fazendo a pós-graduação mas não me lembrei dele e por ser um livro de 1999, em 2016 ele já havia perdido o timing. E, ser antigo é mais um agravante para o meu momento. Não posso perder tempo, preciso ganhar tempo! Pensando nisso, peguei o livro Hakeando tudo, de Raiam Santos.

O livro se trata de técnicas simples que podem nos auxiliar a ter mais produtividade ou melhorar significantemente nossa vida com implementações periódicas. Facílima leitura, até demais, mas me desculpe Raiam, é ruim demais. Ele leu bastante e colocou chaves (hakes), retiradas de outros autores e que ele mesmo diz utilizar muitas delas. Isso é interessante. É interessante também que ele estipula o tempo despendido para cada atividade (hake). A forma intimista como ele escreve para aproximar o leitor do escritor é uma boa tática, mas parece estar na moda escrever com palavrões e como se não se preocupasse com quem está lendo. Eu senti um pouco disso, apenas um "quero entregar esse negócio logo, quem quiser que compre, quem não gostar problemas". O primeiro livro que li com essa característica foi A sutil arte de ligar o Fod*-se. Mas esse livro pelo menos se preocupou com umas revisões e em passar mais conteúdo. Você pode dizer que a intenção do Raiam não era aprofundar em nada, ótimo, não precisava dizer pois fica bem claro. É quase uma lista de lembretes e pra isso é eficiente.

Aí você está  pensando: mais um livro que ela vai abandonar. Não, não vou. Vou terminar de ler, todinho. Implementar algumas dicas que ele passa, outras eu já faço e não ler mais os livros dele, pois estou julgando, pelo primeiro que li, que os outros são iguais. Até que alguém muito bem  gabaritado me prove o contrário. Mas eu não tiro o mérito dele não. Teve o trabalho de ler muito sobre o assunto, sentou todo dia na frente de um computador e escreveu. Coisa que não fazemos com frequência, e alguns de nós, nem faz. A única coisa que temos escrito são as milhares de mensagens trocadas nas redes sociais.

Já dava pra ter escrito muitos livros, hein?!

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