O que estou aprendendo com isso

A gente tem aprendido um bocado sobre o comportamento humano com esse isolamento social. Isolamento social não, né? Distanciamento físico. 


Nunca fizeram tanta live nessa vida! Instagram tá parecendo televisão. Você abre o aplicativo e tem uma entrevista, um bate papo, yoga, exercício físico, meditação... ao vivo. Eu tô achando ótimo, só não tenho tempo pra assistir a todas.

Aprendemos que os idosos são mais rebeldes que os adolescentes. Estamos aprendendo a ver os governantes como eles são. Os que pensam neles mesmos, estão demonstrando isso mais do que nunca. Estamos aprendendo a viver dentro da própria casa, a fazer a higiene dos alimentos como deveríamos fazer desde sempre! Ainda não nos acostumamos a viver conosco. Eu mesma que achava que tirava de letra ficar sozinha, hoje levei uma na cara. Na minha casa vivo com meus pais, minha filha adolescente e meu irmão também adulto. Não fico sozinha, de fato, mas a minha relação comigo mesma também está mudando.

Todo dia eu vou pro quintal tomar um solzinho e hoje eu coloquei um vestido, olhei pra minha perna e pensei: ai preciso depilar, olha quanto pelo! Em seguida, me veio o pensamento de que se eu vou ficar em casa, não preciso depilar nada. Pois é. Tapa na cara. Se eu depilo só quando vou me mostrar para os outros, não estou me depilando para mim. Não devia me preocupar com o que os outros pensam de mim, por mais que eu diga que eu não me importo, sei que lá no fundo, eu me importo sim. E isso é algo tão pequeno, estamos nos preocupando com coisas ridículas há décadas!

Espero que depois que tudo isso passar a gente aprenda a se preocupar com coisas mais importantes, a ser mais fiel a nós mesmos. Que o que quer que façamos por nós, seja realmente por nós, não pelo que os outros irão pensar. Que a gente se preocupe menos com o formato do nosso corpo e mais com o que o constitui, com a saúde que ele carrega. Que a gente continue tomando cuidado com o que ou quem entra na nossa casa. Que a gente consiga diferenciar quem merece nosso contato, nossa atenção, um abraço. Que a gente aprenda a consumir apenas o que realmente precisamos e não o que achamos que precisamos. Que a gente aprenda a valorizar nossos espaços físicos. Que a gente aprenda a cuidar do outro cuidando da gente e quando cuidar do outro, fazê-lo sem interesse.

Depois que isso tudo acabar, e vai acabar pois tudo passa, será que vamos saber nos comportar melhor transformando nossas atitudes, nossos espaços, nosso planeta? Saberemos utilizá-lo como ele merece, com respeito?

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