Resenha rapidinha, pode não fazer sentido pra você

Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente é um livro nacional, de Igor Pires da Silva. Mais do que um livro em português, é um livro que, pra mim, retrata o descarte afetivo na nossa cultura.

Pode não fazer sentido pra você, pra mim fez muito. Tanto, que de uma parte em diante eu tive que ler sim, rapidamente. Desculpa, Igor. Desculpa. E se você visse o que o ato falho me fez escrever, veria que eu errei o nome do autor. 

Fez muito sentido pra mim. E eu poderia escrever mais sobre o que Igor escreveu com tanta sensibilidade. Obviamente eu não teria a destreza com as palavras ou a malemolência que ele tem no texto, seria mais rasgado. Violento, raivoso. Não sei. Cara... parece que ele teve tempo pra digerir tudo e colocar no papel. Eu demoro alguns anos.

Começar pela diagramação, que é a minha área, linda. A capa mostra um texto descompromissado, mas forte e ainda por cima é vermelha, quase sangrando. Fonte e cores escolhidas bem! Seguindo pelas ilustrações (coração com as mãos) e então, o texto. Se você estiver num momento não muito bom, uma faca virtual pode entrar pelo seu peito. Ah, tem uma coisa que eu achei bem interessante e, como não sou estudante de literatura, não consigo dizer se é uma tendência ou se esse estilo tem nome mas os parágrafos se iniciam com letra minúscula. No início dá um nervoso, parece estar errado, mas é tão bem escrito, bem pontuado, que você esquece esse detalhe.

E porquê eu li sim rapidamente já que fez tanto sentido pra mim? Exatamente pelo fato de ter feito muito sentido pra mim. Ia cutucar mais ainda e eu não queria isso. Deixa quieto o que tá vazio, esquecido no fundo da gaveta. é isso.




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