Quem eu poderia ter sido

Foto de Nora Hutton na Unsplash


Passava muito tempo pensando em como a minha vida teria sido se, e se, quem sabe, talvez se... pensava muito nas possibilidades e nos caminhos que talvez eu tivesse seguido caso algo acontecesse diferente do que aconteceu. Já cheguei milhões de vezes à conclusão de que estaria, no final das contas, tudo exatamente como é. Bom, não exatamente, mas estaria tudo igual no que realmente importa.

Mas eu fiz 43 e esse pensamento veio de forma geral na minha cabeça. Não sobre um fato isolado, mas sobre mim. Quem eu seria? Acho que é a idade batendo. Se eu tivesse continuado a ser assim (o que eu era), meio hippie, hoje eu frequentaria a Sapucaí em BH, já teria ido em São Tomé algumas vezes, teria passado uns dias em Parati num lugar bem zen tipo um retiro de yoga... não que hoje eu não queira, já teria feito umas trilhas e me metido em várias frias. Talvez seja disso que eu tenha me poupado, das frias.

Aí eu penso que, sobre isso, hoje eu posso não ter um rótulo, não ser algo que alguém possa olhar e dizer “olha ali uma bsdflsfa”, é que eu também nunca gostei de rótulos – como dizem: rótulos são para geleias e produtos de limpeza –, mas isso não tira minha personalidade nem tudo o que eu vivi. Não desvalida minhas experiências e nem me impede de ser, a partir de agora, o que eu não fui e poderia ter sido. Não vou virar riponga, nem andar descalça na rua (não garanto), mas posso voltar pra essência disso e ter uma vida mais leve e natural. Olhando assim, isso não é ruim, hein?! Pensando bem, eu ainda tô bem aqui dentro.

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