Sobre o medo e envelhecer
Foto de Danie Franco na Unsplash |
Então, voltando ao assunto, os últimos temas foram velhice e
medo. No dia da velhice eu sabia bem o que iria aparecer e não fui
surpreendida. Eu não tenho medo de envelhecer, acho que é um ciclo natural da
vida. Inclusive, não vou pintar meu cabelo, não pretendo fazer nada de drástico
em relação às minhas rugas e só acho triste se você não puder viver com
plenitude, mas isso é triste em qualquer parte da vida. Minha única ressalva
quanto à velhice é estar dependente financeiramente e fisicamente de outros. Aí
aparece o medo, que é tema de outra semana.
Aí sim, nessa semana, em que o tema foi o medo, várias
coisas apareceram enquanto eu escrevia e eu percebi que não trabalhei esse tema nos mais de 6 anos de terapia, pelo menos de forma direta. Eu sou uma pessoa cheia de medos que
dirige bem, mas tem medo de dirigir onde nunca dirigiu, que tem medo de um
monte de coisas que, se eu disser, você vai falar em seguida “que bobagem”. Mas
não é bobagem, não pra mim, certo?
Crescemos com o medo sendo incutido nas nossas cabeças e, ao
mesmo tempo, tendo nossos medos invalidados. Lembra aí de quando você era
criança, depois quando cresceu um pouco e ficou adolescente. É medo atrás de
medo. Depois julgamento atrás de julgamento quando dizemos que não fizemos algo
por medo disso ou daquilo acontecer.
Então, nesse dia, tudo apontou para minha insuficiência ou a
falta de autoconfiança, ou ainda, autossabotagem. E o tema era medo, hein?!
Para você ver onde chega esse brainstorming. Não que o medo seja ruim, ele nos
protege de muita coisa, mas também nos priva de sermos grandes, de sermos
maiores ou melhores. De sermos diferentes, de conhecermos outras realidades, de
realizarmos grandes sonhos ou pequenos desejos.
Então, não tenho problema com a velhice. Meu problema com o envelhecer é medo de não ser suficiente pra mim mesma. O problema só aparece por causa do medo e o contrário do medo é coragem.
Que não me falte coragem.
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