Reconhecendo espaços dentro de mim

Foto de ROXANA POPOVICI na Unsplash

Eu sumo e volto, quis escrever aqui várias vezes mas deixei passar e o assunto morreu dentro de mim. Uma hora volta. Hoje eu fui fazer uma aula de pilates. Estou bem acostumada a fazer musculação, já tentei com personal, mas não gosto de ninguém me dizendo o que fazer, como fazer, contando meus passos e respiração,  juntando meus halteres... não gosto. E eu fui justo fazer pilates, que é necessariamente uma atividade acompanhada do início ao fim. E eu gostei, gostei muito. O tempo todo eu me senti desafiada e chegar ao meu limite e ver que eu conseguia fazer algo que eu nunca nem pensei em fazer, é satisfatório.


Em determinado exercício eu disse, antes mesmo de iniciar, que eu não conseguiria. O fisioterapeuta com toda tranquilidade disse: vamos tentar, se não conseguir, tudo bem, você para. Ok. Então eu fiz e consegui e ele ainda elogiou minha postura, meu alongamento... e eu falei: na verdade eu fico com medo de estar fazendo errado.

Se fosse uma sessão de terapia, ele teria dito. Ok, por hoje é só. Aquilo pulsou na minha cabeça como pulsa agora e eu senti como se um estalo tivesse sido feito em alguma parte do meu corpo. Muitas coisas eu não faço por receio de estar fazendo errado, então eu não continuo, eu não tento, mas quem disse que tem que ser perfeito? E da primeira vez eu querer que algo saia perfeito é um absurdo, uma crença instalada em mim que eu até sei de onde veio. 

Quando, raramente, tirávamos total em um trabalho ou uma prova, íamos com muito orgulho mostrar pra mamãe que respondia em tom de brincadeira: na minha época, se a prova valesse 10 eu tirava 11. Nós nunca seríamos suficientemente bons pra ela, mesmo que soubéssemos que aquilo era uma brincadeira, uma parte de nós buscava a aprovação e o ser perfeito para quem, para nós, era perfeito. 

Obrigada, Luis!



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